Itens principais do sistema de freio, as pastilhas e discos são aquelas peças
cuja durabilidade média a maioria dos especialistas não se sente à
vontade para estabelecer. “Como são componentes de desgaste, não é
possível determinar uma quilometragem específica relacionada à
durabilidade do sistema de freio. Por isso é importante fazer a
manutenção preventiva duas vezes por ano”, avalia o engenheiro Daniel
Lovisado, da Bosch. Ele explica que a durabilidade depende de vários
fatores, mas a principal é o modo de o motorista dirigir.
Segundo Daniel, quem acelera mais é que mais sacrifica os
freios, já que a frenagem eleva sua temperatura e desgaste. É o mesmo
entendimento do engenheiro George Pitseys, da SAE Brasil, que afirma
ainda que a durabilidade também varia se o carro
for novo ou usado. “Em um carro zero a durabilidade média da pastilha é
de 30 mil quilômetros a 40 mil quilômetros. Já a do disco é de 60 mil
quilômetros a 70 mil quilômetros. Como na segunda troca todo o conjunto
de freio já não está nas condições ideais, esses valores caem de 20% a
30%.”, acrescenta.
Ricardo Martins, consultor técnico da TRW, também informou os mesmos
valores de durabilidade média, e acrescentou que a média das pastilhas
traseiras é maior: de 60 mil quilômetros a 70 mil quilômetros. De acordo
com Ricardo, esse componente dura mais naquele eixo porque a maior
parte do peso durante uma frenagem, em média 70%, se concentra na
dianteira.
Além da forma de o motorista dirigir, outros fatores que
comprometem a durabilidade do sistema de freio são, por exemplo, se o
veículo roda numa região montanhosa (em que o motorista usa o freio em
período prolongado); se o carro é mais utulizado na cidade (que exige
constantes paradas) ou em rodovia; se o veículo é usado para carregar
carga e até mesmo o tipo de câmbio, já que o automático provoca um
ligeiro desgaste devido à própria carga do motor, que não é interrompida completamente por não haver embreagem.
MANUTENÇÃO
George conta que se as pastilhas forem trocadas na
hora certa, o disco só precisa ser substituído na segunda troca. Mas se
você deixar a pastilha acabar e chegar até a parte metálica, ela risca o
disco. Dessa maneira, os dois são substituídos juntos. No caso de troca
das pastilhas, Daniel recomenda que a superfície de contato com o disco
deve estar nova. Para isso existem duas opções: ou troca-se o disco
também (o que ele considera na maioria das vezes o melhor
custo/benefício) ou, se ainda for possível, retifica-se o disco.
Se isso não for feito, o disco pode empenar, sofrendo
desgaste irregular antes de atingir a espessura mínima. O mesmo dano
também pode acontecer por um choque térmico muito forte, como quando o veículo
desce um longo trecho de serra, quando o freio vai esquentar muito mais
que o habitual, e depois é molhado subitamente em uma poça d’água.
Segundo George é possível perceber que o disco está empenado quando o
pedal do freio trepida ao ser acionado.
Outra manutenção importante é a troca do fluido de freio a cada 12
meses, já que ele absorve umidade do ar por meio do respiro do sistema.
Com isso o ponto de ebulição do fluido baixa e o líquido pode ferver,
formando bolhas de ar, fazendo com que o freio perca eficiência (o
líquido não é compressível, mas o ar sim). Por fim, quando compra-se um
veículo usado é importante fazer uma revisão em todo o sistema de freio.
ALERTAS DE DESGASTE
Segundo Daniel, existem vários sistemas que indicam
que a pastilha precisa ser substituída. O mais sofisticado tem um sensor
na pastilha que, quando o componente atinge a espessura mínima, faz
acender uma luz no painel. Noutro, uma pequena haste metálica toca o
disco quando a pastilha atinge uma espessura mínima, provocando sinal
sonoro. Trata-se de um ruído alto, que ocorre sempre que o motorista
aciona o freio, mas não compromete a frenagem. O engenheiro recomenda
verificar o sistema de freio a cada seis meses para identificar um
possível problema na parte hidráulica, como um vazamento no cilindro
mestre ou no servofreio.
FONTE: Vrum
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