Com
o objetivo de analisar as intervenções de segurança viária de
ondulações transversais (lombadas convencionais) e redutores eletrônicos
de velocidade (lombadas eletrônicas) no Brasil, o economista Florian
Schumacher realizou tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação (PPG)
em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz” (USP/ESALQ). “A discussão desse tema é muito importante, porque
os acidentes de trânsito são uma das principais causas de óbitos e
lesões corporais no Brasil e no mundo, e geram grande impacto econômico e
social”, afirma o pesquisador.
Um levantamento realizado pelo Sistema de Informações de
Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS) revela que, em 2010, foram
registradas 40.989 ocorrências que terminaram em óbitos, no país. No
mesmo ano, o Brasil ficou na sexta colocação entre 87 países analisados
quanto à taxa de mortalidade por 100 mil habitantes em acidentes de
trânsito.
A pesquisa envolveu a simulação de situações hipotéticas de
trânsito para ponderar os impactos que as lombadas convencionais
(quebra-molas) e eletrônicas exercem sobre o número de acidentes, o
tempo de percurso, a qualidade do ar e o consumo de combustível. Os
resultados mostraram que as lombadas eletrônicas não são
custo-eficientes sob a maioria das condições de tráfego devido ao seu
elevado custo. “Diferentemente das lombadas eletrônicas, as
convencionais são eficientes sob a maioria das condições de tráfego, mas
implicam em uma série de impactos colaterais, tais como o atraso de
veículos de emergência, a penalização de pessoas com necessidades
especiais e a penalização indiscriminada de todos os motoristas”,
explica Schumacher.
Segundo o economista, muitas lombadas convencionais são
implementadas de forma irregular (sem sinalização adequada ou com
dimensões não regulamentadas), podendo causar acidentes ao invés de
reduzi-los. Para ele, o benefício da pesquisa é a consciência de que é
necessário reduzir o custo de colocação das lombadas eletrônicas e zelar
mais pela implantação regular e criteriosa, bem como pela manutenção
periódica das lombadas convencionais. “Para tornar o uso de lombadas
eletrônicas viável, é preciso que haja incentivo à redução de seu
custo”.
Schumacher foi orientado pelo professor do Departamento de
Economia, Administração e Sociologia e Coordenador do Grupo de Pesquisa e
Extensão em Logística Agroindustrial da (ESALQ-LOG), José Vicente
Caixeta Filho. A pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
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