O
diabetes é uma doença séria e que, se não controlada, oferece grandes
riscos a saúde do portador. Também os motoristas diabéticos têm maior
chance de se envolver em acidentes de trânsito. Este assunto, entre
outros, será discutido durante o do 11º Congresso Brasileiro Sobre
Acidentes e Medicina de Tráfego, que será realizado de 10 a 12 de
setembro de 2015, em Gramado (RS).
Na evolução crônica do diabetes representam fatores de risco para a
direção veicular: a retinopatia diabética, que causa perda da visão; a
neuropatia diabética, com alterações motoras e de sensibilidade nos
membros inferiores; a doença arterial coronária e cerebrovascular que
podem se manifestar no ato de dirigir e a insuficiência arterial
periférica, que pode evoluir até a amputação de membros. “Mas, sem
dúvida, o maior risco para a segurança de tráfego advém da possibilidade
da ocorrência de hipoglicemia em diabéticos que fazem uso de insulina,
avalia o presidente da Associação Brasileira Medicina de Tráfego
(Abramet), doutor especialista em medicina do tráfego, José Heverardo da
Costa Montal.
A hipoglicemia pode provocar desde taquicardia, tremores, aumento
da agressividade, sudorese, náuseas, tonturas e falhas de atenção até
estado de perturbação da consciência e síncope. Caso não corrigida pode
evoluir para sintomas relacionados com o sistema nervoso central:
inquietação, falta de coordenação, desorientação, progredindo a
convulsões, coma e morte, condições médicas interferem com o ato de
conduzir veículos.
Fique sabendo
Motoristas com diabetes tipo 1 relatam significativamente mais
acidentes, infrações de trânsito e episódios de hipoglicemia na direção
de um veículo. Estudos realizados em simuladores, com voluntários,
demonstraram que:
Hipoglicemias moderadas alteraram de forma importante a capacidade
de dirigir em 35% das pessoas estudadas (desvios de direção, guinadas,
saídas da pista, excesso de velocidade, condução lenta, freadas e
acelerações);
Prejuízos na direção veicular, como ultrapassagem de faixas
contínuas, acelerações e freadas indevidas, já são observados mesmo com
hipoglicemias leves. Apenas 1/3 destes indivíduos trataram sua
hipoglicemia ou pararam de dirigir;
Os novos medicamentos e tipos de insulina, novos esquemas
terapêuticos e o auto monitoramento da glicemia capilar com aparelhos
práticos e precisos estão permitindo que o portador de diabetes controle
satisfatoriamente os seus níveis de glicemia e possa conduzir veículos
com segurança.
Recomendações aos condutores diabéticos
- Treinamento específico a todos os indivíduos com diabetes, para
que aprendam a reconhecer, de forma precoce, os sintomas de
hipoglicemia, como tratá-la e como preveni-la.
- Orientação aos motoristas com diabetes tipo 1 a realizar testes
de glicemia capilar uma hora antes de dirigir e aproximadamente quatro
horas após direção contínua, não iniciando, ou interrompendo, a direção
quando a glicemia estiver abaixo de 70mg/dl.
- Motoristas com diabetes tipo 1 deverão ser orientados a conservar
permanentemente porções de açúcar em local de fácil acesso no seu
veículo; evitar dirigir por ocasião da introdução ou modificação das
doses dos medicamentos hipoglicemiantes e submeter-se a exames
oftalmológicos ao menos anualmente.
Fonte: Portal Nacional de Seguros
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