A primeira cidade a implantar a Zona 30 foi Buxtehude, na Alemanha,
em 1983. A partir daí muitas cidades da Alemanha, França, Belgica,
Itália, Holanda, Áustria, Reino Unido, Dinamarca. Bruxelas, na Bélgica,
já conta com 4,6 km de ruas que só podem ser transitadas a 30 km/h.
Barcelona completou em 2010 mais de 200 km de zonas 30. Londres
percebeu uma queda de 40% no número de acidentes e na Bélgica a queda
foi de 72%.
Em Setembro de 2011 o Parlamento Europeu fez a recomendação para que
todas as cidades façam adesão ao projeto e, em 2012, uma iniciativa
popular pede que a UE institua, como lei, em todo seu território, a Zona
30.
No Brasil, segundo projeção do Instituto Avante Brasil, em 2013
acontecerá, no trânsito, 1 morte a cada 11 minutos (cerca de 48 mil
mortes no ano todo).
Só na última década (2001/2010) a frota nacional de veículos aumentou
101,2%. Nessa direção, no mesmo período, o número absoluto de mortes no
trânsito cresceu cerca de 40% (4,06% ao ano); a taxa de mortes por 100
mil habitantes cresceu 26,6% (cálculos baseados nos dados do
Datasus-Ministério da Sáude).
Contudo, se a mortandade no trânsito é expressiva e crescente, a
mortandade de motociclistas é ainda mais grave, vertiginosa e
preocupante. Enquanto o número total de mortos no trânsito cresceu 40,3%
entre 2001 e 2010, o número de motociclistas mortos no mesmo período
cresceu 250%, saltando de 3.100 vítimas (em 2001) para 10.825 (em 2010).
Dessa forma, de 30.524 mortos no trânsito em 2001, saltamos para
42.884 em 2010 (aumento de 40,3%) e, de uma taxa de 17,7 mortos/100 mil
habitantes há dez anos, alcançamos a de 22,4 mortes/100 mil habitantes,
em 2010 (aumento de 26,6%).
No Brasil, além de não enxergarmos e não agirmos contra a gravidade
de um grande e calamitoso problema, contribuímos para fomentá-lo ainda
mais.
É preciso instituir medidas que ajudem a diminuir esse quadro, e a
Zona 30 pode ser uma solução para o trânsito trágico e nefasto de muitas
cidades brasileiras.
O exemplo do Rio Janeiro com a Zona 30
De acordo com Mauro Cezar de Freitas Ferreira, Diretor do Centro de
Comunicação e Educação para o Trânsito da CET-Rio, todas as áreas do
tipo zona 30 foram implantadas por ocasião do “Dia Mundial Sem Carro”.
Desenvolveu-se uma identidade visual que foi implantada em conjunto
com placas de advertência e regulamentação. Também foi implantada
sinalização horizontal e em alguns poucos casos elementos de “traffic
calming”.
Ipanema e Ilha do Governador foram as áreas com maior quantidade de
acidentes registrados antes da implantação e variação de números mais
significativa. Comparando o 1º semestre de 2011 com o 1º semestre de
2012 (as implantações ocorreram no segundo semestre de 2011), pode-se
dizer, com base nos dados do 190 da Polícia Militar, que houve uma
redução de 75% no número de acidentes com vítimas na área da Ilha do
Governador e que na área de Ipanema chegamos ao índice ideal de nenhum
acidente com vítima no 1º semestre de 2012.
“Nem tudo o que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser
modificado até que seja enfrentado” (Helena Besserman Viana, brasileira,
psicanalista).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.