Gasto
do SUS com acidentes de ciclistas chegou a R$ 3 milhões em 2012. Ao
todo, nove pessoas são internadas diariamente no estado de São Paulo
A maioria dos ciclistas vítimas de acidentes de trânsito usa a
bicicleta como meio de transporte, segundo o presidente da Federação
Paulista de Montain Bike, Clayton Palomares, morador de Rio Claro (SP). A
falta de equipamentos de segurança aumenta os riscos. Por dia, nove
ciclistas envolvidos em acidentes de trânsito, são internados no estado
de São Paulo. O gasto do Sistema Único de Saúde (SUS) com essas pessoas
chegou a mais de R$ 3 milhões no ano passado.
Para diminuir o número de acidentes, é preciso tomar alguns cuidados
como usar um capacete. E isso vale não só pra quem é atleta, mas também
para quem usa a bicicleta como meio de transporte e, por isso, enfrenta
um risco muito maior. "Em contato com o trânsito, essas pessoas ficam
muito mais suscetíveis. Já os esportistas, representam uma fatia muito
menor, 3%, e eles já vêm com uma bagagem de mais conhecimento, têm a
cultura de usar capacete, luva, óculos de proteção”, disse Palomares.
Em Rio Claro, em meio a tantos ciclistas é difícil encontrar quem se
preocupe em utilizar algum equipamento de segurança. “Eu acho que não
precisa, na cidade não tem tanta necessidade”, disse o operador de
máquina Adão Batista.
Para o jardineiro Antônio Ferreira, falta lei que obrigue o uso.
“Importante eu acho que é, mas tem que ter uma lei, se não ninguém usa”,
opinou.
Segurança
Além do capacete, é importante usar óculos e deixar a bicicleta
sempre em bom estado para o uso e com os pneus cheios. Mas a principal
orientação para garantir a segurança do ciclista é ficar sempre visível,
seja na rodovia ou na cidade.
“A bicicleta precisa ter refletivos, tanto traseiro quanto dianteiro.
Uma lanterna, campainha para fazer barulho, uma roupa clara, capacete.
Tudo isso já assegura muito mais para que as pessoas te vejam no
trânsito”, explicou Palomares.
Também é preciso respeitar a legislação de trânsito. "O ciclista
precisa saber se impor na via, para garantir a segurança dele. Por
exemplo, nunca ande na contramão, essa é a regra número um. Se você vai
de um ponto A, para um ponto B, calcule a sua rota, faça um trajeto para
andar mais em ciclovia, ciclo faixa e evitar vias de muito fluxo. A
bicicleta não tem seta, sinalize as suas intenções com a mão, indique
para um canto, para outro, avise o carro que está atrás de você o que
você vai fazer”, orientou Palomares.
Exemplo
O estudante de educação física Antoniel Paulo da Silva teve que parar
de pedalar durante um tempo. Ele foi vítima de um acidente. Um carro a
130 quilômetros por hora foi ultrapassar um caminhão pelo acostamento e
atropelou o atleta. Ele ficou em coma durante oito dias. De volta aos
treinos, sabe que o capacete foi fundamental para que ele se salvasse.
“Meu capacete quebrou em vários pedaços, mas só que minha cabeça não
machucou nada, só ficou ralada. Isso mostra a importância do uso de
equipamentos de segurança. Depois disso aí, quando eu vejo uma pessoa
andando sem capacete, eu falo, capacete, capacete. É muito importante”,
contou Silva.
Fonte: G1 Notícias
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