Carros do futuro vão se comunicar entre si para poluir menos e evitar engarrafamentos e colisões
A ideia de carros inteligentes, não tripulados e que se comunicam 
entre si já não é tão nova, tanto na ciência quanto na literatura. Se 
isso ainda parece distante de nossa realidade atual, pesquisadores 
investem em projetos, que já estão em fase de testes, para elaborar um 
sistema de trânsito não somente livre de engarrafamentos, mas também de 
batidas.
Algo grande relacionado a isso ocorre na cidade de Ann Arbor, no 
estado de Michigan, Estados Unidos. As ruas do município agora servem 
como base de testes para um sistema que já conta com 3 mil veículos 
interligados: é o projeto Safety Pilot Model Deployment, ou Implantação 
do Modelo de Piloto Seguro, em português.
Os participantes são moradores da região, que participam de forma 
voluntária. Carros, ônibus e até mesmo pequenos caminhões são equipados 
com duas antenas de GPS, uma antena de comunicação, uma interface de 
piloto e uma caixa-preta para interligar tudo.
O site oficial do projeto dá uma ideia de como pode vir a ser o 
trânsito no futuro: “Seu carro vai falar com os outros carros, com as 
luzes de sinalização, e com outros dispositivos à margem da estrada”. Ou
 seja, um sistema inteligente e interconectado que vai enviar e receber 
informações sobre posicionamento e velocidade de veículos para minimizar
 as chances de um acidente.
Carros inteligentes para pistas inteligentes
O projeto, realizado pelo Instituto de Pesquisa de Transportes da 
Universidade de Michigan (UMTRI), começou em 2011 e tem um orçamento de 
US$ 22 milhões (cerca de R$ 44 milhões). Ele conecta os 3 mil veículos 
via dispositivos sem fio que permitem não apenas a comunicação entre si,
 mas também a comunicação com as ruas por onde passam.
Tal tecnologia é conhecida como comunicação V2V, Veículo para 
Veículo, e V2I, Veículo para Infraestrutura. A primeira permite que 
carros troquem informações como velocidade, posição e direção entre si 
com um alcance de 200 a 300 metros de distância. Como este projeto não 
visa a criação de automóveis autônomos, sem motoristas, quem guia o 
carro recebe um aviso sonoro em caso de perigo.
Ações como mudar de faixa na pista sem levar em conta ameaças vindas 
de um ponto cego ou freadas bruscas do carro da frente gerariam os 
alertas, ajudando a evitar que os veículos se envolvam em um acidente. 
Isso pode funcionar inclusive em cruzamentos e outras junções em que a 
visão do motorista está prejudicada, pois toda a comunicação entre 
veículos e estrada seria feita via rádio.
O sistema V2I, por exemplo, permite que 29 interseções de Ann Arbor 
equipadas com dispositivos luminosos acionados por frequência de rádio 
possam auxiliar na fluidez do trânsito. A sinalização é redirecionada 
pelos pesquisadores e, assim, torna o tráfego mais eficiente.
Questão de segurança (e de saúde também)
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1,3 
milhão de pessoas morrem todos os anos em decorrência de acidentes 
veiculares. Nos Estados Unidos, país onde o projeto Safety Pilot é 
testado, em média 32 mil pessoas perdem a vida todos os anos após algum 
tipo de colisão entre veículos.
Para o doutor Peter Sweatman, diretor do UMTRI, um sistema de tráfego
 inteligente seria também uma forma mais segura de utilizar veículos em 
cidades e estradas. “A ideia por trás do projeto é aprimorar a segurança
 em grande nível”, afirma Sweatman.
Contudo, não só a segurança, mas também a saúde de motoristas e meio 
ambiente será tratada com mais cuidado caso os estudos da Universidade 
de Michigan sejam reproduzidos em larga escala. “Isso visa 
fundamentalmente a segurança, mas, claramente, você pode criar outras 
aplicações para uma plataforma como esta”, assegura o pesquisador. “Há 
vários outros benefícios potenciais quanto a mobilidade, meio ambiente, 
emissões, eficiência energética.”
Alertas imediatos
Os carros interligados enviam e recebem informações entre si, o que 
permite interpretar ações realizadas pelos motoristas em tempo real. 
Quando muitos deles freiam ao mesmo tempo ou no mesmo setor da pista, o 
sistema de gerenciamento de tráfego identifica que há algo de errado ali
 e então o pessoal da manutenção é acionado. Da mesma forma, grupos de 
auxílio podem ser automaticamente alertados em caso de acidentes.
O próximo passo é desenvolver ainda mais o projeto e iniciar a sua 
expansão. Sweatman aposta que uma pequena parte do sistema de tráfego 
dos Estados Unidos será equipada com tal sistema em breve. “Nós 
acreditamos que, em dado momento, haverá de 5 a 10% desses veículos no 
sistema de tráfego”, garante o pesquisador. 
Fonte: Tecmundo
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