Os acidentes de trânsito
não são mais novidades para os brasileiros, que diariamente se deparam
com a imprudência de motoristas despreparados e que desrespeitam as
leis ou nem mesmo as conhecem.
O índice elevado de acidentes com carro, motos e atropelamentos nos
levam a alguns questionamentos como: será que os brasileiros conhecem
todas as leis de trânsito? O procedimento aplicado nas auto-escolas é
suficiente para formar condutores exemplares?
Para esclarecer estas e outras questões, o SRZD
conversou com o professor e autor do livro “Código de Trânsito
Brasileiro Comentado”, Celso Luiz Martins, que falou sobre o que as
auto-escolas deveriam aplicar para obter sucesso na formação dos
motoristas e o que fazer para diminuir o número de acidentes no país.
Segundo ele, o Detran precisa reavaliar o processo de ensino, já que o
conteúdo oferecido é incapaz de promover uma boa análise e
entendimento do aluno, o que, consequentemente, vai resultar em um
motorista despreparado.
“Como estratégia de ensino teórico nas auto-escolas, seria
interessante a aplicação de avaliações, com objetivo de despertar o
aluno de sua capacidade de aprendizado, onde seriam cobrados
conhecimentos das normas de segurança e identificação da sinalização
viária. As avaliações promovidas pelos Detran, quando do exame de
habilitação não são elaboradas de forma a realmente verificar a aptidão
teórica dos candidatos”, disse.
Celso destacou a importância e a necessidade de rever, também, o
processo de avaliação do exame de aptidão física e mental. Segundo ele, o
processo de renovação da habilitação é ainda pior. “Devemos lembrar
que quando o poder público habilita um condutor que não satisfaça às
condições de aptidão física e mental, se torna também, responsável por
acidentes que esta inaptidão possa ter dado causa”.
O professor ressaltou que é comum encontrarmos, em algumas regiões,
condutores sem habilitação que desrespeitam as normas de trânsito, como
motociclistas transitando sem capacete. “Desconhecem esses condutores
as normas de trânsito? Não. São, sim, irresponsáveis. O mesmo ocorre
nos grandes centros urbanos, onde convivemos com o trânsito e sabemos o
que é certo e o que é errado”.
Como diminuir os acidentes de trânsito?
Celso afirmou que a melhor maneira de diminuir o absurdo índice de
acidentes de trânsito é exigir do poder público maior responsabilidade
em conceder habilitação e aumentar a fiscalização. Mais do que isso, o
professor destaca a necessidade da revisão do capítulo de crimes de
trânsito do Código de Trânsito.
“Não é possível, por exemplo, pensarmos em detenção de 2 a 4 anos
para quem provoca homicídio na direção de veículo automotor estando sob
influência de álcool ou excedendo o limite de velocidade. Será que esse
motorista não sabe que não pode dirigir dessa forma? Sabe, mas é
irresponsável”, disse. “Se faz necessário determinar os limites entre
crime culposo e crime crime doloso no trânsito”, completou.
A conclusão que o especialista chega sobre a realidade dos acidentes
de trânsito nas ruas e estradas brasileiras é que “o desrespeito às
normas de trânsito é consequência muito mais da irresponsabilidade do
que do desconhecimento do Código de Trânsito Brasileiro”.
FONTE: SRZD
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