No período de 26 de novembro a 04 de dezembro, o Portal do Trânsito
entrevistou 523 internautas através de um questionário on-line, cujo
objetivo era verificar a opinião desses a respeito do uso de simuladores
de direção em autoescolas.
De acordo com a pesquisa, 58% dos entrevistados são a favor da
inclusão de aulas obrigatórias com o uso de simuladores de direção. A
principal preocupação com a mudança, segundo 35% dos participantes, está
no aumento no custo do processo
de primeira habilitação e a consequente queda na procura para retirar a
CNH. Mesmo assim, 31% dos entrevistados consideram muito importante
essa mudança.
Sobre o uso de simuladores de direção
O Contran publicou, em Diário Oficial, a resolução 420/12 que altera a
Res.168/04 e institui como obrigatórias aulas em simulador de direção
no curso de formação de condutores. Até 30 de junho de 2013 todas as
autoescolas deverão dispor de aulas em simuladores. Com a nova
exigência, a carga horária da aula teórica terá duração total de 50
horas aula.
A partir de agora, são necessárias cinco horas no simulador de
direção, sendo cada hora-aula no simulador com duração de 30 minutos. As
aulas no simulador serão realizadas depois da conclusão do curso
teórico e antes do exame teórico. Além disso, os equipamentos que
deverão ser usados como simuladores precisam ser homologados pelo
Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN).
O equipamento deverá custar o valor de um carro popular. “Ainda não
temos a clareza quanto aos fabricantes deste equipamento, uma vez que,
segundo relatos na imprensa este Simulador poderia estaria aproximado de
R$ 30.000,00 à R$ 35.000,00, e este fato nos preocupa uma vez que a
categoria deverá fazer novos investimentos para adequar a esta nova
exigência”, explica o presidente da Federação Nacional das Autoescolas
(FENEAUTO) Magnelson Carlos de Souza.
Nesse sentido, “é importante destacar que a FENEAUTO já realizou uma
reunião com três empresas que se apresentaram como interessadas na
fabricação do Simulador de Direção, e que algumas já sinalizaram com
várias formas para a aquisição deste equipamento”, relata o presidente.
Leia mais:
Aulas com simulador nas autoescolas
Simulador em autoescolas será obrigatório a partir do ano que vem
Aulas com simulador são incluídas no curso de formação de condutores
De acordo com a coordenadora-geral de qualificação do fator humano no
trânsito do Denatran, Maria Cristina Alcântara Andrade Hoffmann, umas
das grandes vantagens do uso do simulador é que ele permite a exposição a
uma gama de situações paralelas ao mundo real. Isso dará maior
segurança e integridade física tanto para o condutor quanto para o
instrutor. Além disso, “o início da formação se dá em um ambiente
seguro, sem stress, permite um ganho de autoconfiança ao candidato e,
principalmente, a criação de diversas situações de tráfego sejam elas
condições normais ou adversas”, explica Maria Cristina.
Para o médico neurologista Egas Caparelli Moniz de Aragão Dáquer, o
simulador pode ser usado de duas maneiras: uma como treinamento e outra
para verificar a competência da tarefa. À medida que a tarefa é
repetida, supõe-se que o motorista esteja aprimorando determinadas
funções cognitivas importantes para o ato de dirigir.
Segundo Dáquer, a ideia é interessante, mas é colocada sem um estudo
prévio de validação, ou seja, um estudo que se destina a determinar a
semelhança entre o simulador e uma situação real. “Sem o estudo de
validação, não se sabe qual é o valor preditivo daquela metodologia
prever um acidente a vida real. Além disso, cada simulador terá uma
característica própria que pode variar esse valor preditivo”, explica o
neurologista. A princípio, o simulador só será utilizado no processo de
habilitação da categoria B.
Para a categoria A, a UFSC está desenvolvendo estudos, mas a previsão
de uso de simuladores para essa categoria está prevista apenas para
2014. “Temos uma grande preocupação quanto a esta nova exigência, e a
nossa preocupação está relacionada com o trauma que tivemos com a
primeira experiência do uso do Simulador de Trânsito na década de 1970,
pois, naquela ocasião, o Simulador teve pouco efeito no processo de
formação de condutores”, diz Souza.
O propósito da época era muito mais comercial, entretanto, neste momento a expectativa é que o Simulador de Trânsito possa efetivamente contribuir e aprimorar o processo de formação de condutores no Brasil, completa o presidente. No que diz respeito ao trânsito, “hoje não existe mais um lado ou outro, todos nós temos que estar juntos para reduzir o número assustador de acidentes”, diz Maria Cristina
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.