Há
locais que não exigem capacete e outros que limitam potência. Na
Europa, habilitação de moto é mais cara e quem tem carro pode pilotar
Regras para o uso de moto variam muito entre os países. Nem o
capacete, exigido pela lei brasileira, é obrigatório em todo o mundo. Há
regiões dos Estados Unidos que permitem rodar sem ele. Alguns locais
adotam normas rígidas e até restrições, como nas zonas centrais da
China, maior produtor mundial do veículo.
Veja abaixo algumas regras para motos pelo mundo e como elas são no Brasil.
Sem capacete - Estados Unidos
Com predominância de motos de alta cilindrada, os EUA possuem regras específicas para motocicletas em cada região. Dos 48 estados, apenas 19 e o distrito de Columbia exigem o uso de capacete para todos motociclistas.
Com predominância de motos de alta cilindrada, os EUA possuem regras específicas para motocicletas em cada região. Dos 48 estados, apenas 19 e o distrito de Columbia exigem o uso de capacete para todos motociclistas.
Em Wisconsin, terra da Harley-Davidson, por exemplo, o equipamento de
segurança é obrigatório só para quem possui 17 anos ou menos. Em alguns
estados, não é exigido para pilotar motos pequenas (abaixo de 50
cilindradas).
Em 2012, 4.667 pessoas morreram em acidentes de motos nos EUA, 14% do
total de 33.561 mortes no trânsito, de acordo com a Insurance Institute
for Highway Safety (IIHS, instituto que trata da segurança em estradas
dos EUA).
Como é no Brasil: o capacete é exigido para rodar com motocicletas em todo o país.
Moto vetada nos centros - China
Maior produtora de motocicletas do planeta, a China retirou os veículos de duas rodas movidos a combustão de algumas regiões.
Maior produtora de motocicletas do planeta, a China retirou os veículos de duas rodas movidos a combustão de algumas regiões.
As grandes cidades, como Pequim e Xangai, possuem restrição à
circulação de motos em seus centros. Mas motos elétricas são permitidas,
o que acabou proliferando seu uso nesses locais. Uma exceção para isso é
a cidade de Chongqing, polo da fabricação de motocicletas no país, na
qual as motos são liberadas a rodar livremente.
Como é no Brasil: com exceção de algumas
vias, como a pista expressa da Marginal Tietê, em São Paulo, as motos
têm circulação livre pelas ruas e estradas.
Fora das estradas - China
Além de vetar a circulação em grandes centros urbanos, a China proíbe esses veículos nas autoestradas, restando aos motociclistas utilizar apenas estradas vicinais e de terra.
Além de vetar a circulação em grandes centros urbanos, a China proíbe esses veículos nas autoestradas, restando aos motociclistas utilizar apenas estradas vicinais e de terra.
O objetivo da medida é evitar acidentes. No entanto, ela acaba sendo
um empecilho para o desenvolvimento do mercado de motos de alta
cilindrada no país.
Como é no Brasil: as motos são livres para rodar pelas rodovias.
Motoescola mais rígida - Europa
Apesar de variar de país para país, o sistema de preparo de motociclistas é mais rígido na Europa, se comparado ao brasileiro, por exemplo.
Apesar de variar de país para país, o sistema de preparo de motociclistas é mais rígido na Europa, se comparado ao brasileiro, por exemplo.
Nas aulas naquele continente, o usuário aprende a frear e a trocar de marcha corretamente.
Na Alemanha, tirar a carteira de moto é mais caro que de carro. A
primeira custa cerca de 1.800 euros (aproximadamente R$ 5,5 mil, na
cotação atual); a de carros sai por 1.600 euros (equivalente a R$ 5
mil).
Como é no Brasil: não existem lições
práticas específicas para frenagem de emergência, nem troca de marchas.
Tirar a habilitação para carro ou moto custa cerca de R$ 1 mil.
Moto no corredor - Europa
A permissão para rodar no chamado corredor, formado entre duas filas de veículos, varia de país para país na Europa.
A permissão para rodar no chamado corredor, formado entre duas filas de veículos, varia de país para país na Europa.
Na Áustria, na Bélgica e na Holanda é permitido andar no corredor
quando o trânsito fica parado, mas, nos dois últimos países, é preciso
rodar em velocidade baixa. Na Áustria não há restrições.
Na Alemanha, na Itália e na França, rodar no corredor é proibido,
porém as autoridades são tolerantes em alguns casos. "Em Paris todo
mundo faz isso", explica a jornalista alemã Eva Breutel, especializada
em motocicletas.
Como é no Brasil: não há proibição para as motos circularem nos corredores.
Mototáxi em aeroportos - Paris
Para se livrar do intenso tráfego de carros, Paris tem um grande movimento de mototáxis no aeroporto Charles de Gaulle.
Para se livrar do intenso tráfego de carros, Paris tem um grande movimento de mototáxis no aeroporto Charles de Gaulle.
Enquanto o carro pode levar mais de 1 hora para fazer o trajeto do
local ao centro da cidade, os mototaxistas prometem realizar o percurso
em 20 minutos.
O serviço, no entanto, é um pouco mais caro: custa 70 euros
(equivalente a R$ 220), enquanto táxis cobram 65 euros (cerca de R$
197), em média.
Os modelos usados são os de alta cilindrada, como Honda Gold Wing,
Suzuki Burgman 650 e BMW K 1600, que permitem carregar bagagem e também
oferecem mais conforto ao garupa, com bancos mais largos.
Como é no Brasil: mototáxis são permitidos e
o uso é mais difundido na região Nordeste, com modelos de baixa
cilindrada. Nos principais aeroportos ainda predomina o uso de táxis.
Motos na faixa de ônibus - Londres
Desde 2011, a cidade de Londres permite aos motociclistas circularem pelas faixas e corredores de ônibus. De acordo com o governo local, a segurança dos motociclistas e outros integrantes do trânsito não é afetada.
Desde 2011, a cidade de Londres permite aos motociclistas circularem pelas faixas e corredores de ônibus. De acordo com o governo local, a segurança dos motociclistas e outros integrantes do trânsito não é afetada.
Entre os benefícios apontados pela órgão de transporte da capital
inglesa estão a redução de emissões de poluentes e a diminuição do tempo
de deslocamentos para motociclistas, além de ajudar na fluidez geral do
tráfego.
Como é no Brasil: as motos são proibidas de rodar nas faixas e corredores de ônibus.
Freios ABS obrigatórios - Europa
A partir de 2016, todas as motos novas na Europa, com motores de cilindrada superiores a 125 cc, terão que possuir freios do tipo ABS, que evitam o travamento das rodas em frenagens bruscas.
A partir de 2016, todas as motos novas na Europa, com motores de cilindrada superiores a 125 cc, terão que possuir freios do tipo ABS, que evitam o travamento das rodas em frenagens bruscas.
Para modelos com tamanho de motores inferiores a 125 cc, será
mandatório o ABS ou o CBS, que "reparte" a força da frenagem entre as
rodas – a escolha de um deles pode ser feita pelo fabricante.
Como é no Brasil: não há obrigatoriedade de freios ABS para as motos.
'Gato' legalizado - Taiwan
Na ilha de Taiwan, as ruas são tomadas por motos, principalmente scooters, um dos principais meios de transportes nas grandes cidades.
Na ilha de Taiwan, as ruas são tomadas por motos, principalmente scooters, um dos principais meios de transportes nas grandes cidades.
Para tornar o trânsito mais fluído, as motos podem fazer conversões
em cruzamentos movimentados, o que não é permitido para carros. Existem
áreas específicas para que os usuários manobrem e melhorem os
deslocamentos.
Como é no Brasil: não é permitido fazer este tipo de conversão especial.
Idade reduzida - Europa
Outra diferença das regras envolvendo motos na Europa é a possibilidade de tirar habilitação para modelos de baixa cilindrada já a partir dos 16 anos na maioria dos países.
Outra diferença das regras envolvendo motos na Europa é a possibilidade de tirar habilitação para modelos de baixa cilindrada já a partir dos 16 anos na maioria dos países.
Quem possui habilitação para carros também pode usar um "moped".
Assim são chamadas as motonetas com velocidade mínima de 25 km/h e
máxima de 45 km/h, com motor não maior que 50 cc. E alguns países, como
França, Itália e Portugal, já é possível rodar com um desses veículos a
partir dos 14 anos.
Como é no Brasil: só é permitido andar de moto a partir dos 18 anos.
Habilitação em degraus - Europa
Na Europa, o sistema para habilitar motociclistas é feito progressivamente, por meio de degraus. A partir dos 16 ou 17 anos, dependendo do país, o cidadão pode tirar carta do tipo A1 para guiar modelos com motores até 125 cc, que não ultrapassem 15 cavalos de potência. Com 19 ou 18 anos, também variando o país, os usuários podem passar a ter habilitação A2 para motos de até 47 cavalos.
Na Europa, o sistema para habilitar motociclistas é feito progressivamente, por meio de degraus. A partir dos 16 ou 17 anos, dependendo do país, o cidadão pode tirar carta do tipo A1 para guiar modelos com motores até 125 cc, que não ultrapassem 15 cavalos de potência. Com 19 ou 18 anos, também variando o país, os usuários podem passar a ter habilitação A2 para motos de até 47 cavalos.
A partir dos 20 ou 21 anos, é possível obter a habilitação A, com uso
irrestrito de motos, desde que o motociclista tenha ao menos dois anos
de experiência na A2. Com 24 anos, os europeus podem ter acesso direto à
categoria A.
Como é no Brasil: não há degraus. A partir dos 18 anos é possível tirar habilitação para qualquer tipo de moto.
Restrição de potência - França
Na França, uma regra limita a potência de qualquer motocicleta ao máximo de 106 cavalos. Com a exigência, os modelos de maior potência saem de fábrica com limitadores.
Na França, uma regra limita a potência de qualquer motocicleta ao máximo de 106 cavalos. Com a exigência, os modelos de maior potência saem de fábrica com limitadores.
Existem discussões internas sobre a regra, pois alguns grupos afirmam
ser uma medida inconstitucional em relação à constituição europeia.
"Na prática, muitos usuários burlam a lei e retiram o limitador das motos", explica motociclista franco-brasileiro Eric Breuillac, que viveu por anos em Paris e agora mora em Paraty (RJ), onde possui uma oficina para motocicletas.
"Na prática, muitos usuários burlam a lei e retiram o limitador das motos", explica motociclista franco-brasileiro Eric Breuillac, que viveu por anos em Paris e agora mora em Paraty (RJ), onde possui uma oficina para motocicletas.
A fiscalização não é muito efetiva, pois é necessário levar a moto a
um dinamômetro para averiguar a potência. Caso seja pego, o infrator
leva multa e pode ter a moto apreendida.
Como é no Brasil: não há restrição de potência para motos.
Placa na dianteira - China/Índia
A Índia e a China, maiores fabricantes de motos do planeta, têm um jeito diferente de identificar as motocicletas. Além da tradicional placa na traseira, as motos possuem outra placa menor, na dianteira.
A Índia e a China, maiores fabricantes de motos do planeta, têm um jeito diferente de identificar as motocicletas. Além da tradicional placa na traseira, as motos possuem outra placa menor, na dianteira.
Como é no Brasil: é exigida placa apenas na traseira da moto.
Mais de dois ocupantes - Ásia
Em locais como China e Tailândia, é comum se deparar com motocicletas levando mais de dois ocupantes. Apesar de a prática ser proibida, as autoridades fazem “vista grossa” a esse tipo de comportamento, principalmente em áreas rurais.
Em locais como China e Tailândia, é comum se deparar com motocicletas levando mais de dois ocupantes. Apesar de a prática ser proibida, as autoridades fazem “vista grossa” a esse tipo de comportamento, principalmente em áreas rurais.
Nesses locais, apesar do uso de capacete ser obrigatório, também existe condescendência quanto ao seu não uso.
Como é no Brasil: por lei, as motos podem levar no máximo duas pessoas.
Cargas inseguras - Ásia
Em muitos países, principalmente no sudeste asiático, é possível ver motocicletas carregando cargas enormes e estranhas, muitas vezes, além de sua capacidade, o que é inseguro.
Em muitos países, principalmente no sudeste asiático, é possível ver motocicletas carregando cargas enormes e estranhas, muitas vezes, além de sua capacidade, o que é inseguro.
Como é no Brasil: em alguns locais,
principalmente regiões rurais, é possível ver motos levando cargas que
podem desestabilizar a moto ou ferir ocupantes e outras pessoas na via.
No Código de Trânsito Brasileiro estão previstas restrições de tamanho e
peso para cargas.
Equivalência de habilitação carros/motos - Europa
Em alguns países da Europa, existe a equivalência de habilitação para quem dirige carros. Cada local possui variações da regra, mas, no geral, após dois ou três anos de experiência com a categoria B, a carteira é automaticamente convalidada com a do tipo A1. Assim, os usuários podem utilizar motos de até 15 cavalos.
Em alguns países da Europa, existe a equivalência de habilitação para quem dirige carros. Cada local possui variações da regra, mas, no geral, após dois ou três anos de experiência com a categoria B, a carteira é automaticamente convalidada com a do tipo A1. Assim, os usuários podem utilizar motos de até 15 cavalos.
Como é no Brasil: não existe este tipo de equivalência.
Equivalência de habilitação carros/triciclos - Europa
Como ocorre com as motos, quem possui habilitação de carros há mais de três anos adquire equivalência para pilotar triciclos de até 20 cavalos de potência.
Como ocorre com as motos, quem possui habilitação de carros há mais de três anos adquire equivalência para pilotar triciclos de até 20 cavalos de potência.
Como é no Brasil: não existe este tipo de equivalência. Para pilotar triciclos, basta a habilitação de motos.
Fonte: Revista Auto Esporte
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