O governo quer acabar com o automóvel “gastão” e vai reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos menos poluentes. Ao contrário dos incentivos dados às montadoras durante a crise financeira internacional, a nova política será permanente. Em contrapartida, as empresas terão de investir em tecnologia para desenvolver motores mais eficientes e que emitam uma menor quantidade de gases nocivos ao meio ambiente, como o CO2. A nova política deve fazer com que a demanda por etanol e gasolina seja menor.
Além de buscar a redução do uso de combustíveis, o governo elabora uma série de medidas para evitar oscilações drásticas dos preços do etanol. Essa volatilidade é consequência dos períodos de safra e entressafra da cana-de-açúcar. Quando os canaviais estão produtivos, o preço do produto cai nas bombas e, no intervalo entre o fim da produção e início de nova plantação, dispara.
A discussão passa por três eixos: emissão/eficiência, tecnologia e competitividade. A necessidade de redução de poluentes é consenso, mas para técnicos do Ministério da Agricultura, essa mudança tem de vir com maior eficiência dos motores a combustão. Para o governo, o carro brasileiro é “gastão” e a indústria tem condições de reduzir o consumo energético.
A dificuldade em aperfeiçoar os veículos estaria na pressão das montadoras, grandes empregadoras e pagadoras de impostos. O governo considera como ideal o modelo europeu, no qual carros com motores mais potentes são menos poluentes que no Brasil.
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