O convívio tenso de motocicletas com outros veículos nas ruas do Brasil tem ganhado um ingrediente a mais, nos últimos tempos. É uma espécie de adaptação nas motos que, além de perigosa, é ilegal.
Na avenida movimentada, um motoqueiro se arrisca entre os carros, meio desequilibrado, quase cai e, em poucos segundos, já passa à frente de todos os veículos.
Em uma moto com os equipamentos originais o perito mostra como é difícil passar pelo corredor.
O que alguns motoqueiros fazem e que é proibido é mexer nas medidas originais da moto que já vêm de fábrica. Eles tentam diminuir o comprimento do guidão, entortando uma peça. Tudo fica mais estreito. De acordo com os motoqueiros, é uma medida pra facilitar a passagem entre os carros.
“Já pensou se cada motoqueiro parasse atrás de um carro? O trânsito de Belo Horizonte não andava não”, disse um motoqueiro.
“Esse guidão eu adaptei na moto. Ele te dá um conforto melhor para tocar, mas não é aprovado. Sei que ele não é aprovado pelo Inmetro, não”, admitiu outro.
Encurtar o guidão é infração grave, multa de R$ 129 e a moto é apreendida. Os peritos alertam ainda para o risco de perder o equilíbrio e a visibilidade.
“Andando em uma motocicleta assim, quando eu preciso da retrovisão, eu consigo enxergar meu ombro. Então, a única solução que eu tenho real para conseguir ver é soltar a mão, que é perigoso, ou então olhar pra trás”, explicou o perito Paulo Ademar.
Em algumas motos os retrovisores desaparecem, de tanto que o guidão foi encurtado. No Detran em Belo Horizonte, das 300 motos vistoriadas por dia, pelo menos 70 são reprovadas.
“Tem que ter em média 69 a 70. Ele vai ter que levar em uma oficina e abrir o guidão dele mais 3 ou 4 centímetros. Ela está reprovada”, disse um fiscal.
“Para mim estava normal, comprei desse jeito. Vou levar na oficina e mandar arrumar”, contou um motoqueiro.
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