Indivíduos com piores condições de saúde ou problemas psicológicos podem ser mais propensos a desenvolver dor crônica generalizada, após um evento traumático. Uma nova pesquisa, publicada na revista Arthritis Care & Research constatou que o início da dor crônica generalizada foi mais freqüentemente relatada, após um acidente de trânsito do que em outras situações traumáticas.
O Colégio Americano de Reumatologia define dor crônica generalizada como a presença de dor acima e abaixo da cintura, ou em ambos os lados esquerdo e direito do corpo, por três meses ou mais. Os estudos prévios relataram taxas de prevalência de dor crônica generalizada entre 11% e 13% na Alemanha, na Suécia e no Reino Unido.
Nos Estados Unidos, a literatura médica sugere que este tipo de dor aumenta com a idade, é mais comum em mulheres do que homens, e é uma característica essencial da fibromialgia, uma das razões mais comuns para as consultas de reumatologia no mundo inteiro.
Segundo o autor da pesquisa, Gareth Jones, da Escola de Medicina e Odontologia da Universidade de Aberdeen, no Reino Unido, “há pessoas, definidas por suas características físicas e psicológicas, que, no caso de um gatilho traumático são mais vulneráveis ao desenvolvimento de dores crônicas generalizadas. O gatilho para o aparecimento da dor não precisa ser necessariamente um evento traumático, pode até ser algo irrelevante”, observa o pesquisador.
Para examinar a relação entre diferentes eventos traumáticos e o aparecimento de dor crônica generalizada, os pesquisadores, liderados por Jones, acompanharam 2.069 participantes do estudo de Epidemiologia de Doenças Funcionais (EPIFUND).
Participantes do EPIFUND tiveram seus dados sobre dor musculoesquelética e distúrbios psíquicos associados analisados, em três momentos, ao longo de um período de quatro anos. Os pacientes também foram questionados sobre seis experiências traumáticas recentes: acidentes de trânsito, lesões no local de trabalho, cirurgias, fraturas, hospitalização e parto.
Do total de participantes do estudo, 241 pacientes, (12%), reportaram novos sintomas de dor crônica generalizada, com mais de um terço desses indivíduos apresentando propensão a relatar pelo menos um evento traumático durante o período de estudo.
Depois de ajustados dados, como idade, sexo, estado clínico geral e o estado de dor inicial, aqueles que relataram um acidente de trânsito como fator para o surgimento de dores crônicas generalizadas representavam 84% da amostra pesquisada.
Não foi observada nenhuma associação do aparecimento de dores generalizadas com hospitalização, cirurgia ou em mulheres que deram à luz.
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