Um recurso virtual é a aposta do Conselho Nacional de Trânsito
 (Contran) no combate a uma ameaça real à saúde dos brasileiros: os 
acidentes de trânsito. Simuladores veiculares estarão em operação nos 
Centros de Formação de Condutores (CFCs) de todo o país até o dia 31 de 
dezembro, como estipula a resolução 444. Em SC, o equipamento, 
desenvolvido em conjunto com equipe da UFSC, ainda não foi adquirido 
pelas autoescolas. 
Para os futuros motoristas,
 a medida pode trazer mudanças na formação e no bolso. Como nas aulas 
práticas, o aluno é orientado a dirigir com calma, ter cuidado nas 
curvas. A diferença é que a desobediência ao instrutor não poderão 
causar um arranhão sequer. O objetivo é, de forma segura, complementar a
 aprendizagem dos futuros motoristas. No aparelho, são requeridas as 
mesmas reações que seriam exigidas nas ruas, como a atenção à criança 
atravessado a rua. 
Mas o recurso ainda não pode ser visto nos CFCs catarinenses. 
De acordo com as duas maiores organizações de Centros do Estado — 
Sindicato dos Centros de Formação de Condutores
 de SC (Sindemosc) e Associação Catarinense dos Centros de Formação de 
Condutores (ACFC) —, as autoescolas ainda procuram mais informações e 
pesquisam preços. 
Os valores altos, inclusive, são um pé no freio para a compra.
 A aquisição pode ficar em até R$ 38 mil, além das alterações 
necessárias nas salas que abrigarão os aparelhos. O presidente do 
Sindemosc, Murilo dos Santos, estima que o custo do novo instrumento não
 sairá por menos do que R$ 28 a hora-aula para os CFCs. Ele explica que 
não foram feitos cálculos detalhados, mas é certo que o custo para se 
tirar carteira de motorista vai aumentar. 
Já as empresas falam em um custo menor, beirando os R$ 7 a hora aula.
 A presidente da ACFC, Yomara Ribeiro, pondera que os centros deverão 
avaliar opções — como comprar o equipamento em conjunto ou adquiri-lo 
por uma espécie de aluguel com as empresas que disponibilizam o 
simulador — para reduzir valores. 
O Denatran calcula que as adaptações valerão a pena, pois o aparelho 
reduzirá a chance de acidentes. Especialistas ressaltam que o simulador 
não vai eliminar os casos de imprudência, responsáveis por grande parte 
dos acidentes de trânsito. Porém, contribuições no quesito técnico são 
unanimidade. 
O coordenador do curso de Segurança no Trânsito da Unisul, José 
Onildo Truppel Filho, afirma que o simulador vai oportunizar que se 
tenha um contato inicial com os mecanismos de direção sem se colocar a 
integridade física de outras pessoas em risco. O inspetor da Polícia 
Rodoviária Federal (PRF), Luiz Graziano, complementa: 
— Muitos acidentes ocorrem porque a pessoa não tem técnica, entra na 
curva e freia, quando não poderia fazer isso. O equipamento pode 
contribuir para, na emergência, saber o que fazer — reforça. 
Com a exigência de simuladores, a licitação para as autoescolas no 
Estado foi suspensa na semana passada. O Detran prevê o lançamento de um
 novo edital ainda neste ano. 
Protótipo foi desenvolvido pela UFSC 
O protótipo que deu origem ao simulador foi desenvolvido em 2009, em uma parceria entre Denatran e Fundação Certi, da UFSC. 
— Verificamos critérios fundamentais para que se alcance a melhora da
 percepção de risco por parte do futuro condutor. Vimos que um maior 
grau de proximidade do simulador com relação a um veículo real propicia 
uma melhor aprendizagem — afirma o professor da UFSC Rodrigo de Souza 
Vieira. 
A equipe da universidade também começou em janeiro os trabalhos para 
desenvolver um simulador para quem for tirar carteira para dirigir 
motos.
Fonte: Diário Catarinense
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