O Ministério Público Federal em Goiás vai protocolar nesta  terça-feira um parecer contrário à ação civil pública que pede que o  Twitter retire do ar as contas que informam locais de blitze da lei  seca.
Na semana passada, a AGU (Advocacia-Geral da União) ingressou com uma  ação civil pública contra o Twitter Inc e os titulares de três contas  que informavam locais de blitze da lei seca, onde há radares e outras  operações policiais no Estado de Goiás.
A medida valeria apenas para esse Estado. A ação da AGU solicita  também uma multa diária de R$ 500 mil por descumprimento, caso a Justiça  Federal de Goiás conceda liminar favorável.
AGU argumentou na ocasião que a fiscalização exerce um papel  importante na redução do número de acidentes de trânsito e também no  combate a outros crimes.
O parecer da Procuradoria, assinado pelo procurador regional dos  Direitos do Cidadão Aílton Benedito, defende que a obrigatoriedade de  retirar essas contas do ar viola a Constituição, em relação à liberdade  de informação, e ainda não alcançaria resultados práticos.
“Qualquer provimento nos termos postulados seria inútil, porque não  seria capaz de impedir o livre fluxo dessas informações, não seria capaz  de impedir a utilização de outras redes sociais para difundir as mesmas  informações”, disse o procurador.
Benedito também argumenta em seu parecer que não é possível  juridicamente uma medida para impedir o livre fluxo de informações entre  as pessoas.
“Não há sigilo acobertando essas mídias, então não há por que impedir  que informações sobre elas possam ser comunicadas entre as pessoas. Uma  medida assim viola a constituição em diversos aspectos”, completa.
O procurador ressalta, no entanto, que não se posiciona contra as  blitze da lei seca. Benedito argumenta que a forma de abordagem em  relação a esse assunto deveria ser diferente.
“Não é impedindo a circulação de informação que você vai conseguir  ter resultados, fazer com que menos pessoas dirijam após terem ingerido  bebida alcoólica. O que precisa ser feito é conscientizar os  motoristas”, completa.
FONTE: Folha.com
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