Em
média, cerca de 400 mil veículos são roubados todo ano no Brasil. Esse
montanto é maior que a produção anual das três maiores fabricantes
automotivas no país. O desenvolvimento de uma solução completa para
identificação eletrônica de veículos pode dar fim ao problema. A Intel
apresentou um produto similar ao conhecido sistema Sem parar para
pedágios, em parceria com a empresa AutoFind, que será responsável pela
fabricação e comercialização. Esse é o primeiro produto da empresa de
tecnologia desenvolvido exclusivamente para o Brasil. Um transponder com
tecnologia RFID (comunicação por radiofrequência) será implantado no
veículo e fornecerá informações diversas a uma central, numa espécie de
Big Brother de carros. O objetivo é facilitar o controle e fiscalização
do tráfego brasileiro.
A solução é baseada na plataforma Wisp (wireless identification and
sensing platform), sistema RFID desenvolvido pelo Intel Labs em
colaboração com a Universidade de Washington e o Massachusetts Institute
of Technologie (MIT), e adaptado para as necessidades brasileiras. Em
2011, a companhia lançou o Posto do Futuro, na Barra da Tijuca, Rio de
Janeiro. O sistema era capaz de identificar o veículo e oferecer opções
de serviços personalizados para os motoristas.
Antônio Sérgio Calmon, presidente da Autofind, conta que criou a
empresa há quatro anos para atender exclusivamente o mercado de
identificação eletrônica de automóveis. “As informações que saem hoje do
transponder são muito seguras. Nesse projeto, todos os dados são
criptografados. Além disso, caso a caixa receptora dos dados nas ruas
seja violada, tudo que está lá dentro é destruído. Mesmo se a levarem
intacta, em 24 horas ela deixa de funcionar”. Ele revela que chegou a
tentar negociar com fabricantes para que novos veículos já saíssem com a
tecnologia embarcada, mas elas rejeitaram veementemente.
Informações sobre a densidade de trânsito, utilização da pista e
comportamento dos usuários serão alimentadas automaticamente no sistema
por meio da nova tecnologia. Calmon lembra que o sistema será utilizado
também para criar motivações positivas para gerenciar as vias. “Quem
dirigir de forma ecologicamente correta pode acumular pontos que seriam
trocados por desconto no IPVA”, diz. Calmon explica que os próprios
Detrans conseguem bancar a implantação do projeto: “30% da frota
paulista, por exemplo, é ilegal. Se trouxer 10% a 15% para a legalidade,
já se consegue o dinheiro necessário para o investimento”, diz.
Exigência
Até junho de 2014, será obrigatória a instalação de
transponder nos veículos, de acordo com o Sistema Nacional de
Identificação Automática de Veículos (Siniav), projeto do governo
brasileiro. O sistema já está implantado em Roraima e em processo nos
outros estados. Cada cidade deve focar a tecnologia para um uso. Em São
Paulo, por exemplo, deverá ser mais voltada para o gerenciamento do
trânsito. A solução recebeu certificação da Agência Reguladora de
Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo
(Artesp) e já está sendo testada por operadoras de serviços de
arrecadação e concessionárias de rodovias, em aplicações como pedágio
eletrônico com tecnologia RFID de 915 MHz.
Fonte: Estado de Minas
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