Mais de R$ 46 milhões é o valor do gasto que o Governo do Distrito Federal arcou com as mortes em acidentes de trânsito só este ano. O número é uma estimativa feita por meio de um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que calcula em R$ 182 mil o custo de uma vítima fatal no trânsito para o governo brasileiro. O custo deve ser ainda maior, já que para cada vítima com ferimentos leves o Ipea calcula um gasto de mais de R$ 8 mil e, para vítimas com ferimentos graves, o valor sobre para mais de R$ 47 mil. Até julho deste ano, o Departamento de Trânsito do DF já registrou mais de 250 mortes nas vias brasilienses entre ciclistas, pedestres, passageiros, motociclistas e condutores. Nacionalmente, as cifras são ainda mais assustadoras. Calcula-se que o número de vítimas fatais em rodovias brasileiras chega a ser equivalente à queda de um avião comercial por dia, sem sobreviventes. São cerca de 38 mil pessoas mortas no trânsito por ano. "A sociedade não chega a perceber isso tão sensivelmente porque os acidentes estão espalhados pelo País inteiro". Em média, o gasto total chega a mais de R$ 6 bilhões aos cofres públicos. Segundo o diretor, os números são responsáveis por quase um terço do orçamento destinado ao Sistema Único de Saúde. O estudo leva em consideração todo o aparato estatal que é mobilizado em torno de uma vítima de trânsito. Os custos vão desde as despesas médicas de internação e o atendimento no local de ambulâncias, bombeiros e policiais, até a perda econômica para o País das horas não trabalhadas e os gastos previdenciários, vindos do seguro obrigatório DPVAT, que garante às vítimas o reembolso de despesas, e da Previdência Social, no caso de ser necessário o afastamento temporário ou definitivo. Danos materiais causados à propriedade pública e privada e custos institucionais com processos judiciais e atendimento policial também entram na conta.
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