A moto foi conquistando o seu espaço nas ruas das cidades brasileiras e também nas áreas rurais nos últimos dez ou vinte anos. O volume de unidades cresceu como se fosse uma projeção geométrica, tornando o Brasil o quinto maior mercado do mundo, atrás apenas de Índia, China, Japão e Indonésia. Por parte da indústria foi um crescimento projetado e organizado, com investimentos em ampliação das fábricas, ampliação do número de fornecedores, aumento dos parceiros e ampliação do número de marcas à disposição do consumidor: de meia dúzia nos anos 1970 para 40 hoje, todas na Zona Franca de Manaus. A moto emancipou trabalhadores informais, criou uma profissão nas grandes cidades e forneceu mobilidade a trabalhadores rurais, que antes dependiam de tração animal ou um péssimo sistema de transporte coletivo para se deslocar. Mas esse mesmo ordenamento não ocorreu com a estruturação da infra-estrutura necessária para absorver esse enorme contingente de novos motorizados. O setor público deixou a bola rolar - ou a moto rodar - e não criou uma legislação específica, permitindo que a moto buscasse o seu espaço por conta própria. E por suas características de versatilidade e rapidez, escolheu trafegar entre os carros, criando situações perigosas, que resultaram - e ainda resultam - em milhares de mortes. O problema de infra-estrutura só o poder público pode resolver, mas em relação à educação no trânsito, qualquer um pode contribuir.
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