Antes de dar a partida, é preciso assoprar na pipeta. Os donos de frotas de caminhões, ônibus, vans e carros de passeio agora têm um grande aliado para evitar acidentes no Brasil. Uma empresa já está comercializando o alcoolímetro, ou um bafômetro que impede o carro de dar partida caso o motorista esteja embriagado. Para dar partida é preciso assoprar na pipeta. Se for registrado teor alcoólico, o carro não anda. A empresa Alcoodrive já está fazendo testes com frotistas, mas está encontrando um problema: muitos motoristas dirigem embriagados. Segundo Hélio Garbin, diretor comercial da empresa "nos primeiros testes que fizemos, metade dos motoristas tinham bebido. Foi uma surpresa. Então os diretores querem fazer primeiramente um trabalho de conscientização com os motoristas para depois começarem a colocar o aparelho nos veículos". Desde outubro estão sendo experimentados os aparelhos nas empresas, mas como há um alto número de motoristas que dirige sob efeito do álcool, os empresários estão tentando solucionar o problema, já que a colocação do alcoolímetro nos veículos pode emperrar os negócios, uma vez que os motoristas não conseguirão dar partida nos caminhões ou ônibus. Isso atrapalha as operações das empresas, apesar de motorista embriagado significar risco de acidente. A instalação do aparelho é simples, é como instalar um rádio e custa R$ 1.190. Uma parceria com empresas de rastreamento possibilita o controle do motorista durante o trajeto. A empresa pode obrigar o funcionário soprar a pipeta de tempo em tempo. Assim haverá o controle se ele não consumiu bebida alcoólica depois de ter ligado o veículo. É claro que fraudes sempre podem acontecer, mas este aparelho é dotado de sensores que evitam certas "malandragens", como por exemplo, utilizar o sistema de ar do caminhão para jogar este ar no aparelho. Se o motorista fizer isto, será identificado e não será registrado. Este aparelho não tem custo mensal, mas a cada três mil doses é preciso fazer a manutenção. Para isto já existem no Brasil 62 oficinas credenciadas. Hoje cerca de 50 aparelhos estão instalados para estudo das empresas, mas Gardin acredita que nos próximos meses deverá haver uma comercialização de mil equipamentos por mês. As entidades que trabalham na luta pela diminuição dos acidentes de trânsito estão engajadas para que as empresas utilizem este equipamento, pois todas acreditam que isto fará um grande diferencial no número de acidentes nas estradas, principalmente envolvendo caminhões e ônibus.
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